sábado, 13 de junho de 2015

Sangue do Samba

No samba do Cartola
Nos versos de Vinicius
Eu fiz a minha cola
Desde o início
Indo pela corda bamba
Pelo caminho mais difícil
Meu sangue é do samba
Na gangue dos sozinhos
Eu tento o bastante
E faço até protesto
Abraço o meu pedaço que ainda presto
Largo o resto
Saio correndo
Vendo a tarde linda morrer
Ardem palavras soltas
Batidas ocas do coração
Quando cansado
Ele acha que só o passado
Já é bom..

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Fantasia de Mulher

Hoje a bossa saiu
Pelas ruas do rio
Alimentando esse vazio
Gritando por você
Hoje é dia de fossa, dia de rosa
Dia de ser o que quiser
... fantasia de mulher
Até coisas pra não entender
Hoje o dia pode ser em vão pra você
E essa melodia nunca virar canção
Enquanto no mar do arpoador vai bater mil ondas
Enquanto a dor escorre pelas escondas
A noite vai caindo sem pudor
Não morre na praia
Faz em cada esquina
Um amor
Em cada menina na gandaia
Uma flor

(Fotografia: Victor Ferrade)

Escudo

Cinema mudo
Escudo da arte
Onde mais arde
Comedia Del Arte
Em Ipanema
Músicos fazem poema
A noite vem
Enquanto o por do sol da adeus ao dia
Chega as ruas de Copacabana
A bohemia, os meus
Os versos, os bacanas
Bons, perversos, loucos
Palhaços sacanas
Aos poucos me despedaço
Na arte que me distraindo faço
Sentindo no rosto o gosto do sal
Qual o mal de ser descontrolada
Apaixonada e tão banal
Se o dia amanhece
E a noite passada esquece
Toda sua jornada

NÃO Cale-se


E olha que ironia;

Liberdade de expressão aqui é só saudade de uma fantasia
A repressão que o governo há tempos já fazia,
Se escondendo em mensalão e mais umas bobagens..
Mas não tem problema não!
A poesia é a malandragem da nossa geração!!
Há muito tempo já se dizia,
Cálice pra NÃO calar essa agonia
Entre ditados desde o passado,
Dá pra mudar esse futuro já enterrado..
Mas quem é que ainda tem acreditado?
Se eu fosse você, se juntava a nós
Pro bem que faz e o mal que não corrói!

Minha Arte de Quinta

E se eu falar das suas meninas
Suas calçadas, suas esquinas?
Dos seus bares meu Rio!?
Os lugares que me abrigou,
As horas que até hoje predomina..
Todo o seu amor
Sua falta de pudor!
Se eu pensar no passado, no futuro
No agora
Ainda sou sua menina!
Jogada nos seus mares salgados,
Meu poeta derramado...
Minha arte de quinta!
Me será o bastante
Me molhar inteira, um instante
A beira de enlouquecer
E morrer na areia,
Nessa minha cidade
Que se sair quase morro de saudades...