sexta-feira, 13 de julho de 2012

bolinhas de gude

duas bolinhas de gude
meu orgulho que se mude
pras suas curvas passear
seus olhos castanhos
irradiantes
me olharam estranho
se fizeram o bastante
que preciso
do que sinto
pra ser pura novamente
vagando pelas noites do rio
nossas aventuras
sem mais vazio
pelas beiras da sua calça
quando seu olhar realça
por um triz
como é capaz de me fazer feliz

hoje eu vou

oceanos
insanos do rio
os bares
cuspindo arte por todos os lugares
meu corpo arde
sem pudor
mergulho em ipanema
me encho de amor
peço socorro
pego meu carro
viajo sem destino
angra, aldeia, paraty
me agarro a um verso
cheio de essesso
exagero
feito prati
carioca
rei da bohemia
hoje eu vou aonde tiver poesia
hoje eu vou aonde tiver melodia
pelo céu e inferno
de cada dia

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quarta-feira, 11 de julho de 2012

Valsa diferente

esses teus olhos castanhos
a me fotografar
esse meu jeito desastrado
estranho
de te amar
teu corpo me pega numa valsa diferente
sou o pé e você o sapato
que me calça, me sente
na hora do ato
um beijo roubado
a noite deslumbrante
você em mim
de lá adiante
sem data de fim

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Esse não

te procuro entre as linhas desse papel
entre os dedos
no escuro dos segredos
em escrever
te sussurro pelas ruas
me guardo nua
na sua mão
feito um gato pardo
uma vira lata
me amasso no seu corpo
cama inteira
queira ou não
você diz que me ama
me tira a razão
não é brincadeira
esse não
esse não

esse teu castanho

duas primaveras
minhas mãos viraram tuas
me trazendo frio no verão
intera o vazio
eu perdi a cabeça
ganhei a razão
mesclado com a luz do sol
quase dourado esse teu castanho
por tempos andou ao meu lado
estranho, sem que eu notasse
cruz dos meus desejos
de todos o mais intenso
mais pesado
dos amores o único amado
capaz de ser inspirado
pra mais de mil
mais de mil e uma poesias
fazer do teu colo
a minha fantasia
aonde me predomina
choro e me acabo de rir
sendo tua
só a tua menina
por onde ir


minha maior inspiração

Amanhecer Rio

rio de janeiro clareia
o telefone toca
na praia me chama a areia
o mar gelado
com o sol pra esquentar
um homem inteiro
diz que me ama
fica do meu lado e me faz feliz
me pega de jeito
alcança minha cicatriz
entrega de volta
a esperança que se mordeu
na falta de um feito especial

sigo cantando em flauta
aquele beijo no seu quintal

Abundancia de sentidos

Deito nos seus braços
meu corpo
morto de cansaço
ganha vida
seu cheiro me desperta
seu gosto me esquenta
eu fico sem saida
que loucura é escorregar nas suas pernas
me fazer eterna sem medo
me faz um bem
vagando pelas ruas escuras
esse amor que não se entende
nem é segredo
a abundancia de sentidos
meu discurso indecente no seu ouvido
surto quando descubro que preciso
te ter nas mãos
te escrever nessa canção

Todas as marcas dessa Cidade

os anos passam
enquanto eu crio laços
invento
raízes
meus planos que eu tento
minhas crises
o vazio santo da solidão
da bohemia que faz razão
já que nesse mundo não tem paz
a fantasia foi proibida
o chão imundo nas ruas se vai
pela vaidade, pelas saudades
todas as marcas dessa cidade tão dividida
a poesia que nos une
branco, preto pobre rico
te recito um verso e é certo
que você diz "eu fico"
ainda posso sonhar, gritar cantar
me esbaldar no bar
ainda posso rodar, correr
e ver a vista linda, o Cristo e o sol nascer

Curso de Atuação para TV e Cinema/ Victor Ferrade


muito mais que um desenho no papel

sua respiração atrás da porta
minha cabeça torta
que se esqueça mil vezes
que viva em paz e seja a razão
de cada dia
de uma poesia
que cuspo no papel e desenho um véu
vermelho com grinalda
meu coração salta
no meio dessa canção
pela boca, toda louca
te agarro pelo braço
embolo seus cachos nos meus passos
solta brinco no seu corpo sem saber
que o que sinto
é muito mais do que se pode entender