quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Direito do Louco

Incrível noite
em cada esquina uma pista
de alguém que não vamos encontrar
Olho por cima da cidade

aquela menina
só quem arrisca
o artista que morre de saudade
Mergulho depois de um porre
sinto o balanço do bar
tocar todo o meu corpo
Por mais escandaloso que seja
não minto,
todo mundo tem o direito de ser louco
 

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Como um Marinheiro

Em cada rosto um véu
Em cada céu um gosto
Em cada corpo um sabor
Seguindo com um coração torto
Como um marinheiro segue no mar
Tendo sonho inteiros
Que o vento pode levar
Vivendo de amor e de amor morrer
se me perder
Vai ser 
pelo meu rio de janeiro
Alguém ainda há de me entender
enquanto isso
Eu só deixo a a manhã linda nascer



domingo, 17 de novembro de 2013

Só mais um Personagem





A cada dia saio por ai
Sem saber o caminho que vou seguir

Mas essa é a graça da vida

A descoberta
Se cada escolha fosse certa
Eu não escolheria
Por isso prefiro poesia
Desgraça no papel
Me reviro no feitiço
Tão cruel
Sou só mais um personagem
Das minhas viagens
Daqueles que eu conto vantagens
Tão sozinha quanto a atriz no fim da peça
Sou feliz á beça assim
Com o abismo pronto pra pular
Sem egoismo que impeça
É tudo mar
E eu rio
De onde essa história pode me levar



quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Palavras no Ventilador

Cuspo palavras no ventilador
Lanço meu verso mais amador
Começo a caçada sem custo
A virada de vida sem pudor
A partida é besteira
Dores passageiras
O que vem de dentro é o que fica
Não a sua semana inteira
Intenso que me irrita
Mas me deixa bacana
E engole na sã consciência
O ponto onde perco a descencia
sem classe, antes que se passe
O encontro das horas que fiz perder
O agora me faz perceber
Preciso tanto viver como quis
Nascer flor, mas sempre ser raiz
Ser só amor, sem medo de ser feliz
Pelos bares de Ipanema
Lugares que passei
O esquema que criei
Pra mim
Superar esse governo tão ruim
Não aceito meio termos
Nesse mundo cheio
De palhaçada
Na hora do Brasil
Na calçada
Ator rala por moeda
Com os políticos na sala
Rola mais de mil
real, dólar, vintém, que dor
Isso não pode ser normal
O povo perder o próprio amor

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Rio que sempre se fez

Madrugada forte
me afasta das ondas do mar
noites prontas por sorte ou azar
se arrasta uma mulher as escuras
pela bohemia
com as estrelas de vela
se descobre a fantasia
o dia amanheceu a sua espera
o sol pode refletir o corpo desse homem
nas águas do mar
rio de janeiro dos rios de mágoas
pra mágoas espantar
ao entardecer... tudo outra vez
da maneira louca que sempre se fez



(laranjeiras meados dos anos de 1920)

O que sei do Destino

Tua graça me falta
Uma valsa, uma cachaça
A lua nasce e já não sabe
Aonde ir
Se eu me vejo
Tão longe daqui
Já perdi desejos
Mais vadios e meu amor
Se perde pelo rio
Pela noite sem razão
Meu zelo é sozinho
Quem diria que não
Se vivo de fantasia
E meu feitiço
Eu mesma não fazia
Guardei um endereço
Bem no meu vestido
Não sei se eu mereço
esqueço
O que sei do destino
Quem sabe só padeço
No coração de algum menino 

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Não ficou parada, Passou Varada

embaixo do cobertor
procuro algum calor
pode vir de onde quiser
to meio desnorteada
talvez eu já seja uma mulher
a vida passou varada
tanta despedida que nem lembro mais
fiz coisas que achava que não era capaz
agora o vento que me leva
pras tristezas fiquei cega
só enxergo beleza
tardes lindas no arpoador
indas e vindas sem pudor
gosto quando o peito arde
aposto que você também
não tem defeito,
vivo só do que me faz bem

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Sarau de Poesia - Paraty

(Corujão da Poesia/Sarau de Poesia Dom Pedro II - Paraty 2012)

Clichê de Perceber

Acordo com a tua voz
que antes não recordo ter ouvido direito
calma chama por nós
jeito mais clichê de se perceber
um no corpo do outro,
na troca de prazer
deitada na palma da tua mão
me sinto plena de proteção
parece cena de cinema
te ouço repetir palavras doces
me sinto pequena,
como se fosse teu brinquedo de amor
confundimos nossas pernas,
A partida não é mais triste
não existe mais pudor
intimidade que não tem medo
tua vontade em exagero
me devora em cheio
terna digo que nada me importa
no meio te peço,
me força a ficar mais um pouco
não meço palavras
a verdade é que tem me interessado demais
teus carinhos loucos,
quero ver do que é capaz

Só espero que me Espere

eu quero só que me encontre
em cada espaço do meu corpo
de pouco em pouco conhecendo cada curva
eu não espero nada
só espero que espere
se puder, 
faça me sentir amada
deslize profundo em minha pele
sou mulher, 
mas também me acho menina
quando o choro predomina
me abraça forte
quase morro de pensar, 
já não quero mais sonhar
que esse encontro pode ser o destino
ou pura sorte


segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Coração de Brasileiro

Vejo morros e mares
Os mais diferentes lares
Da janela vejo o Cristo
Ouço choros
Ouço risos
Coração de brasileiro é assim
Em cada flor
Se forma um jardim
Tenho amor em exagero
Tenho calma e desespero
E a paixão que não tem fim
Pelo meu Rio de Janeiro


sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Dias de Cão

Dias de cão
Fugitiva sem qualquer razão
Voz ativa desse pais não diz nada
Dá um foda-se pra nós
Permanece calada
Faço prece pra acabar
Pra alguém no mundo se tocar
Não faço mal a ninguém
Quero minha vida normal e um abraço
Pra me acalmar
Eu sei que tudo é passageiro
Todo ano tem janeiro
Quando eu chamo não é em vão
Um dia vou ter de volta tudo o que tive
Em minhas mãos