segunda-feira, 5 de novembro de 2012

o que nunca deixo


feito uma vira lata
imploro seu dengo
deixo que me safa
me use
me deixe sendo
das ruas
das luas que nascem
não se queixe
da mão que é sua
que acarecia meu corpo
transforma em fantasia meu jeito louco
torna meu dia a dia melhor
saindo do breu
indo até aonde a gente se conheceu
já tive pior
hoje sou detetive, poeta, toda amor
repleta de frases tontas
aonde já não cabe espaço pra dor
esse fracasso já não está ao meu dispor
me entrego pro mar
que sempre me fez
me esfrego nas suas pernas
que me refez
eterna
mulher suficiente
no tanto que sente
meu destino não é santo
é feito pra se perder
mas meu menino 
o que nunca deixo
é você

menina mimada


me arrependo mas não volto atrás
bem venho achando que to fugindo demais
procuro razão pra me entender
culpo quem vier por não poder
não me tiro do escuro
multo a mim mesma
destruo minha mulher
viro a menina mimada
com vontades e drama
gritos e saudades
toda malcriada
indo dormir sozinha na cama

produzindo o que vivo


noitinha cai
sozinha em casa
tristeza vai correndo
por onde passa
só vejo beleza diante da lua
o bastante pra toda assanhada
sair por essas ruas
sem ficar parada
produzindo o que vivo
sou carta marcada
puro feitiço

duas bolinhas de caramelo

nos seus olhos vejo o mundo
escondo o imundo
vejo vivo
o desejo não contido
duas bolinhas de caramelo
aonde achei tudo o que eu quero
assim vamos longe
desse jeito espero
nossa vida tranquila
que não se esquiva
que não se perde
se ergue um amor
tão grande meus olhos seus
que tiraram o meu pudor